quinta-feira, 19 de novembro de 2009

PARADA CARDIACA - Novo protocolo para RCP

Publicada em 03/11/2009, acessada em 19/11/2009.

 

A respiração boca a boca, que durante muito tempo foi considerada uma aliada no atendimento de emergência em casos de parada cardíaca, agora é vista como prejudicial. Estudos realizados nos Estados Unidos revelam que a realização de  massagem cardíaca isoladamente é mais eficaz do que aplicá-la aliada à respiração. Os cardiologistas vão além. Segundo eles, a ressuscitação cardiopulmonar (RCP) atrapalha, principalmente nos dez primeiros minutos do atendimento.

 

Tal mudança faz parte das novas diretrizes da ILCOR (Aliança Internacional dos Comitês de Ressuscitação), que passam a valer a partir de 2010 no mundo todo. Os protocolos de atendimento são atualizados a cada cinco anos. No Brasil, as novidades foram apresentadas na semana passada, em São Paulo, durante o Simpósio de Emergências Cardiovasculares e Ressuscitação.

 

Sérgio Timerman, presidente do evento e cardiologista da Sociedade de Cardiologia do Estado de São Paulo (SOCESP), destaca que massagem ou compressão torácica deve ser realizada sem interrupções, principalmente nos dez primeiros minutos no processo de ressuscitação. "Quando a respiração boca a boca é adotada, automaticamente a massagem cardíaca é interrompida, já que o os dois procedimentos são intercalados", explica.

 

Dois estudos realizados nos Estado Unidos corroboraram para o novo conceito. O primeiro, no Arizona, mostra que o índice de sobrevivência com alta hospitalar foi de 9% quando utilizado o método de ressuscitação de massagem com auxílio da respiração boca a boca. Esse número sobre para 25% quando houve adoção apenas da massagem cardíaca. No segundo levantamento, feito no Missouri, o percentual de sobrevivência saltou de 15% para 52%, quando a ventilação ou respiração boca a boca não foi usada.

 

"A taxa de sobrevivência é, em média, três vezes maior nos pacientes submetidos apenas à compressão torácica. Não há dúvidas que as novas diretrizes vão ajudar a salvar mais vidas", destaca o cardiologista. Segundo ele, 95% das pessoas que sofrem um ataque cardíaco repentino morrem antes de chegar ao hospital. "Para reverter esse número, é preciso treinamento e atualização constante dos profissionais de saúde", conclui Sérgio Timerman.

 

Fonte: terra.com.br

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